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![capa historia(s) do cinema de Jean-Luc Godard](https://fosforo.mandelbrot.com.br/wp-content/uploads/2022/05/Capa-abril-CP-SITE-FOS-BAIXA.png)
sobre o livro
Entre 1988 e 1998, Jean-Luc Godard escreveu e montou o monumental História(s) do cinema, trabalho que resultou num filme de oito episódios e neste longo poema-ensaio.
Nele, o autor se firma como grande pensador do cinema, ao fazer coincidir a história do século e a sua história como artista. Manuseando um grande arquivo em que se chocam citações de livros, filmes, pinturas, Godard compõe um panorama pessoal, sob a forma de poema, que coloca o dedo em algumas feridas do século XX.
Na orelha do livro, Katia Maciel afirma que Godard filma com a máquina de escrever “a genealogia do cinema depois da pintura, do plano americano ao close, dos irmãos Lumière a Hitchcock, da nouvelle vague e neorrealismo ao cinema hollywoodiano. A guerra. O horror. O amor. A loucura. A história do cinema como imagem da história.”
Em tradução do premiado tradutor Zéfere, História(s) do cinema apresenta, pela primeira vez em língua portuguesa, aquela que é considerada uma das maiores criações de Godard, espécie de súmula do conjunto da obra do autor. A edição conta ainda com um posfácio de Joana Matos Frias. www.circulodepoemas.com.br
Trecho
os poetas
entre os mortais são aqueles que
cantando com gravidade
sentem o rastro dos deuses que se foram
seguem esse rastro
e assim traçam para os mortais
seus irmãos
o caminho da reviravolta
mas quem
entre os mortais
seria capaz de reconhecer
tal rastro
é próprio dos rastros
não ficarem aparentes
e eles são sempre
legados como uma convocação
que mal se pressente
ser poeta
em tempos
de aflição
é portanto
enquanto canta
ficar atento
ao rastro
dos deuses que se foram
eis por que
em tempos de escuridão no mundo
o poeta fala o sagrado